O I Ching é um dos mais antigos textos chineses que chegaram até aos nossos dias. O I Ching é por um lado um Sistema Filosófico, no sentido de caracterizar de forma simbólica a vida, nomeadamente a sua característica de permanente mudança, e por outro lado um Oráculo, permitindo a consulta nos momentos de dúvida da nossa vida, sugerindo-nos a melhor forma de os abordarmos.
A base do I Ching é um conjunto de 64 hexagramas (conjuntos de 6 linhas ordenadas, sendo cada um delas caracterizada como yin ou yang). Estes hexagramas foram desenvolvidos cerca de 3000 anos a.c. pelo imperador mítico Fu Hsi. Nesta altura o I Ching era chamado apenas de I, significando mudança ou mutação e a sua consulta e interpretação era efetuada de forma totalmente simbólica e intuitiva uma vez que não havia significados escritos sobre cada um dos hexagramas. Mais tarde, no final da dinastia Shang, cerca de 1200-1000 a.c., um homem nobre que ficou conhecido como Rei Weng, dedicou alguns anos à análise dos hexagramas, à sua ordenação e à escrita do seu significado. Esta primeira versão do que viria a ser mais tarde o I Ching, passou a ser conhecida na época como Chou I (o I da dinastia Chou), nome corrente ainda no Oriente. Foi Confúcio e os seus discípulos que acrescentaram vários outros textos (as 10 Asas) aos hexagramas, criando assim um clássico (Ching) da literatura Chinesa.
Foi no início do século XX que o I Ching foi traduzido para o Ocidente, numa primeira fase para a língua alemã pelas mãos de Richard Wilhelm, tendo apenas sido traduzido para o português nos anos 50. Esta primeira tradução pretendeu naturalmente ser uma tradução literal dos antigos manuscritos, sendo portanto bastante hermética e de difícil interpretação.
Hoje em dia estão disponíveis no mercado inúmeros livros de I Ching, o Livro das Mutações (em inglês: the book of changes). Estes livros são baseados na interpretação original de cada hexagrama e terão, na maior parte dos casos uma abordagem mais ocidental e mais adaptada à vida dos dias de hoje.
O I Ching continua a trazer-nos o fascínio de uma filosofia oriental com milhares de anos de existência ao mesmo tempo que poderá servir como base para o nosso desenvolvimento pessoal.