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Paula Alexandra Oliveira
10 Agosto 2017
Em artigos anteriores abordamos as diferenças mais significativas entre o estudo e aplicação do Feng Shui clássico e contemporâneo. Também refletimos sobre a importância de ter em atenção a necessidade de um curriculum com um conteúdo equilibrado entre estas duas vertentes, na escolha de uma escola para desenvolver o estudo desta Arte.

Neste artigo ofereço uma reflexão sobre a importância de uma linhagem reconhecida.

Mas, afinal, o que é uma linhagem e, como se aplica neste contexto do estudo da Arte do Feng Shui?
Se procurarmos a definição da palavra no dicionário, uma das definições que vamos encontrar é família.
Quem estuda qualquer dos ramos do conhecimento da metafísica chinesa e, sabemos que o Feng Shui é a quinta Arte - a arte da Forma, compreende a importância que tem, neste contexto, a força dos nossos antepassados, quer estejam vivos ou mortos.
Exemplo disso é a teoria dos Três Tesouros, na medicina tradicional chinesa: O Céu, o Homem, e a Terra, a triologia que, em constante mutação, constituem na Cosmologia Chinesa os San Bao, ou Os Três Tesouros.
Na Medicina Tradicional Chinesa, fundamentalmente taoista, esses Três Tesouros são, no Ser humano, conhecidos por Jing, Qi e Shen, onde Jing representa a essência ou a vitalidade. E é a essência inata, ancestral, que determinará a constituição básica e a vitalidade do indivíduo.
Esta fração do Jing não pode ser reposta ao longo da vida, é algo inato, proveniente dos nossos pais e depositada nos nossos rins, mas pode ser cuidada adequadamente através de hábitos saudáveis.
Na própria história do desenvolvimento da arte do Feng Shui sabemos que, não eram apenas as habitações para os vivos que suscitavam interesse, mas principalmente, os locais e cultura de enterros. Nesta cultura acredita-se que a força dos nossos antepassados, mesmo mortos, continua a exercer uma influência muito presente nas nossas vidas. Assim, grande cuidado é dedicado a enterrar os ascendentes em locais corretamente alinhados para que essa influência possa ser sentida e para trazer prosperidade e saúde aos descendentes.
Daqui concluímos que, na metafísica chinesa está bem patente a importância da ancestralidade, quer no fundamento energético do nosso corpo, quer nas bençãos que atraímos para as nossas vidas, mas, também, no alimento do conhecimento integrado que o Ser vai desenvolvendo ao longo da vida.

Nós ocidentais temos pouca ligação com a questão da ancestralidade; não reconhecemos o passado, normalmente até temos dificuldade em aprender com ele. Não temos muito respeito pelos nossos “velhos”, nem pelos nossos professores e, a palavra mestre raramente é utilizada e reconhecida. Acredito que, pelo menos poderíamos reconhecer e respeitar o nosso mestre interior, aquela bússola que sempre nos indica o caminho a seguir se estivermos disponíveis para ouvir/sentir.

Mas voltando à questão da linhagem no que toca à passagem de conhecimento: no meu sentir, uma das grandes forças de uma linhagem na passagem de conhecimento é que ela preserva e promove as práticas que foram descobertas e desenvolvidas a partir de experiências e realizações de várias pessoas dedicadas a uma Arte e, não de raciocínios superficiais de indivíduos. Neste âmbito, as experiências de inúmeros seres humanos realizados são transmitidas para guiar outros e para ajudá-los a vivenciar as mesmas experiências.

Quando uma linhagem se perde, várias ideias sobre a realização e sobre métodos que conduzem a essa realização são criadas, mas, muitas das vezes estas ideias não são o resultado de experiências, antes nascem da interpretação intelectual de ensinamentos antigos que foram experimentados por outros. Assim, essas pessoas muitas vezes não conseguem ter os mesmos resultados que os antepassados ou outras gerações antigas.
Na minha interpretação, quando um conhecimento é passado por uma linhagem viva e funcional, existe uma continuidade de conhecimento, também ele vivo e fresco.

Um conhecimento que provém de uma linhagem é como uma passagem de testemunho de uma linha viva de energia que sacia a sede de todos os que dela bebem; e essa linha viva de poder energético gera uma onda de experiências, referências e inspiração sutis que são captadas pelos integrantes da linhagem. Integrando conhecimentos através dessa linha viva temos acesso a métodos seguros que foram cuidados, experienciados, vivenciados por várias pessoas ao longo de séculos. E temos, nós mesmos, maiores hipóteses de sucesso na aplicação desses métodos.
Quando as pessoas não são treinadas corretamente, quando não são guiadas até os processos mais elevados das experiências na aplicação de uma de uma arte, permanecem apenas no nível intelectual. E neste nível, embora seja um nível interessante, podem deduzir e criar verdades que não correspondem a uma real experiência superior e, com poucos ou nenhuns resultados concretos.

Na Escola Nacional de Feng Shui, os diversos métodos clássicos que transmitimos foram desenvolvidos por mestres de Feng Shui há muitos séculos atrás, tendo chegado aos nossos dias através da transmissão de mestre para discípulo que, após várias gerações, originam as denominadas linhagens.
No Feng Shui clássico temos uma linhagem direta com mais de 200 anos através da Central Academy of Feng Shui na Ásia, do grande mestre Francis Leyau (Wu Chang Pai).
Aceitar e integrar um conhecimento com uma linhagem viva é escolher um conhecimento enraizado. E só as árvores enraizadas conseguem dar  frutos.
Boas práticas e tudo a fluir ~~~.
 

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