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Margarida Estevam
6 Novembro 2017
Quando falamos de Feng Shui, muitas pessoas associam a Decoração ou a Design de Interiores, mas poucas associam àquilo que ele na realidade é. Uma Arte Ancestral Chinesa, com mais de 3000 anos de História, que permite o estudo da qualidade energética de um espaço e o modo como esta energia pode afectar ou beneficiar os indivíduos que lá habitam.
Na sua origem, o Feng Shui remota a elites e aos estudos encomendados pelos Imperadores Chineses para determinar o melhor local para localizar templos e lápides funerárias, uma vez que a energia dos antepassados mortos iria influenciar os seus descendentes, o pretendido seria ter a melhor localização possível para beneficiar os destinos das gerações vindouras. Esta é a vertente de Feng Shui Yin que ainda é praticada no Oriente. Yin porque está associado a uma energia com menor actividade e de maior recolhimento e concentração de energia e à morte. Mas existe a vertente de Feng Shui Yang, praticada no Oriente e Ocidente, vocacionada para o estudo dos ambientes e espaços onde habitam os vivos. Yang porque está associado a uma energia de maior actividade e expansão de energia e à vida.
Dentro das diferentes correntes actuais de Feng Shui, o chamado Feng Shui Contemporâneo, o princípio basilar é o mesmo: Feng Shui Clássico ou Tradicional, o que provém do Oriente e cujos fundamentos são a Metafísica Chinesa e conceitos como Chi (ou Ki, para os japoneses) e Yin e Yang. Essa é a fonte de todo o conhecimento e de tudo a que hoje podemos trabalhar através do Feng Shui. Por mais ocidentalizada que seja a corrente com que possamos intervir num espaço, os conceitos de Metafísica Chinesa estão lá, a assegurar que  a análise energética do espaço é feita de forma a beneficiar os seus habitantes, podendo mesmo potenciar determinados aspectos que estariam em falta.
Ainda que, para nós ocidentais, a realidade nos tenha sempre sido apresentada de modo diferente, conseguimos compreender aquilo que é transmitido pelos princípios da Metafísica Chinesa e pelo Feng Shui. Conseguimos compreender quando entramos num espaço sentimos se a energia é melhor ou pior, pelo ambiente existente, pelo cheiro que o ar apresenta, pelo que nos faz sentir - sentimo-nos bem ou sentimo-nos incomodados? -, pelas sensações físicas que podemos ter. O mesmo acontece quando estamos com diferentes pessoas, em que dizemos que determinada pessoa tem "boa energia" e outra não. O Feng Shui permite-nos compreender o que está por detrás desta percepção de energia de espaços e de pessoas que temos natural e intuitivamente e que nem sempre conseguimos descodificar.
Então neste momento conseguimos perceber que Feng Shui não tem a ver com Decoração e Design de Interiores, ainda que se possa servir destas ferramentas para poder harmonizar a energia de um espaço e promover alterações positivas e benéficas na vida dos indivíduos que ocupam esse espaço. Porque aquilo que é trabalhado é o fluxo energético no espaço e a energia dos indivíduos, e não apenas uma cor de parede, uma planta ou objecto colocado, o posicionamento de mobiliário...
E o que é fascinante no Feng Shui é, após termos algum conhecimento de base, aplicarmos algumas alterações, experimentarmos e percebermos o impacto que pode ter nas nossas vidas!
 
No Ocidente o nosso pensamento é diametralmente oposto ao dos Orientais, pelo que se revelou necessário adaptar o conhecimento e a abordagem para melhor e mais fácil entendimento dos ocidentais e para que fosse aplicável segundo os nossos padrões sociais. Os Orientais focam o seu pensamento em princípios como tempo circular (e não linear), na complementaridade de fenómenos (e não na oposição), na ordem do Universo (e não na casualidade de acontecimentos), na importância do processo (e não da sua finalização), procuram cuidar da origem da questão de saúde (e não do sintoma), em tudo procuram ter uma visão holística (como um todo) e menos compartimentada como nós ocidentais temos o hábito.
Tudo isso dá uma visão completamente diferente da realidade, da vida, da Natureza e do Universo e, necessariamente, da relação destes elementos e o ser humano. Como Lao Tzu, no livro "Tao Te Ching" menciona: "Tao dá origem ao Um, O Um dá origem ao Dois, O Dois dá origem ao Três e o Três às 10.000 coisas.", do absoluto que é tudo aquilo que existe (Deus, Tao, Universo ou outras designações) existe a desmultiplicação no sentido da materialização na Terra, o que nos liga a todos a uma mesma origem comum, e é essa continua transformação dos elementos e fenómenos na Natureza, esse constante movimento de energia em transição entre Yin e Yang que vamos conseguir identificar na nossa matriz energética e na dos espaços e ambientes que ocupamos.

Artigo originalmente publicado na edição de lançamento da Revista Portugal Holístico (novembro 2017)

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